Quem Foi Reiko Isuyama
Reiko Kobashi, seu nome de solteira, ingressou no curso de Química do Departamento de Química da Universidade de São Paulo, em 1955. Em 1958, Reiko se formou e, apesar de convites para seguir carreira na USP e no ITA, optou por trabalhar na Rhodia, com melhor salário, para ajudar a família imigrante do Japão. Depois de se casar, afastou-se de atividades profissionais, dedicando-se ao cuidado dos filhos. Passou algum tempo na Argentina, acompanhando o marido e, no início da década de 1970, mudou-se de novo para São Paulo. Nessa época, ela decidiu voltar ao que então já era o Instituto de Química (IQ) da USP. Durante o seu doutoramento, ela foi contratada pelo IQ como Auxiliar de Ensino, passando para o cargo de Professora Doutora após a defesa de sua tese, em 1975. Lecionou disciplinas de Química Geral e Química Inorgânica, em grande parte para os alunos de engenharia química da Escola Politécnica da USP.
Além das aulas, Reiko participou ativamente de diversas atividades voltadas à melhoria e à difusão do ensino da Química, tanto no ensino superior, quanto nos ensinos médio e fundamental. Na universidade, implantou projetos para a construção de equipamentos baratos para o ensino de Química, produziu livros, foi representante nacional do Comitê de Ensino de Química (mais tarde denominado Comitê de Educação Química) da União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac, na sigla em inglês) e estabeleceu convênios entre a USP e a Universidade de York, nos Estados Unidos.
Nas iniciativas voltadas aos ensinos médio e fundamental, destacam-se: a organização das primeiras olimpíadas de Química do Estado de São Paulo, entre os anos de 1986 e 89; as 50 videoaulas para o curso supletivo “Telecurso 2000”, na metade dos anos 90, o projeto Pró-Ciência, destinado ao treinamento de professores do ensino médio; o jornal ReAção, publicação da sua equipe de estagiários, que circulou por um bom tempo nas escolas estaduais de São Paulo, que tinha como público-alvo os alunos do ensino médio.
Devido à sua grande experiência em projetos de formações de professores, Reiko foi convidada pela BASF, sediada na cidade de Guaratinguetá (SP), para desenvolver um projeto de aperfeiçoamento de professores do ensino fundamental da cidade. Essa iniciativa teve grande impacto no município, e até hoje o convênio estabelecido entre a USP e a empresa continua. Nos últimos anos de vida, Reiko dedicou-se a esse projeto e também à atualização do material elaborado para “Telecurso 2000”, tarefa que ela não viu ser finalizada, devido à sua morte, em agosto de 2007. A obra só foi concluída em 2008, com o nome de Novo Telecurso, e resultou na produção de dois livros adicionais. Todos eles trazem Reiko Isuyama como coordenadora do projeto.
Reiko destacou-se pela notável atuação no ensino de Química e de Ciências, em todos os níveis – do ensino superior ao fundamental. Todas as atividades que realizou foram marcadas pelo enorme empenho, nunca medindo esforços para completar as tarefas à sua frente da melhor forma possível.