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A Moringa, a Geladeira e a Roupa no Varal
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Abaixo, o texto da videoaula:
Acompanhe o leitor competente em ação
Leio o titulo A Moringa, a Geladeira e a Roupa no Varal. São três coisas que, em um primeiro momento, não têm nenhuma relação entre si. Então, eu, como leitor, imagino e espero que o texto vá explicar qual é essa relação.
Antes de continuar minha leitura, penso um pouco mais. Eu sei o que é uma geladeira e um varal cheio de roupas. Mas o que é uma "moringa"? Bom, vou ao dicionário on-line e descubro que é um vaso de barro para armazenar água1. Outra maneira de descobrir é lendo o próprio texto, que fala de moringas e filtros de barro. Eu sei o que é um filtro. Então, eu imagino que uma moringa deva ter uma função igual ou parecida. É isso que se chama “fazer conexões com as suas experiências pessoais e com seus conhecimentos de mundo”.
Percebo também que no texto há desenhos ilustrando o que está escrito. Assim como o autor decidiu ilustrar seu texto, um leitor ativo pode fazer o mesmo. Ao ler um texto, qualquer que seja, posso visualizar aquilo que estou lendo por meio de figuras e gráficos, que eu posso desenhar ou imaginar. Nesse texto, o autor já fez vários desenhos que podem me ajudar a visualizar e entender o que estou lendo. Noto, por exemplo, que há um desenho de um filtro de barro e concluo que ele deve ser o desenho de uma moringa. Outro exemplo, quando leio “A parede da moringa é de barro poroso. A água consegue atravessar esta parede e chegar até a parte de fora”, posso imaginar as moléculas atravessando a parede, que é exatamente um dos desenhos que ilustra o texto.
Depois, quando leio “As moléculas de um líquido estão todas em movimento constante. Algumas têm muita energia e se movem com alta velocidade. E outras têm menos energia e se movem mais lentamente”, imagino todas as moléculas se movimentando. Algumas bem agitadas e outras mais paradinhas. E quando leio “Quando uma molécula rapidinha chega na superfície do líquido, ela acaba pulando fora e vai para o ar", imagino uma molécula bem agitada pular fora e sair voando, como está no outro desenho que ilustra o texto. Deu para notar como os desenhos que acompanham o texto ajudam a compreensão do texto? Outra dica importante é estar atento às sensações e aos sentimentos que ocorrem durante a leitura. Fazer conexões com minhas sensações e meus sentimentos não só me ajudam a entender o texto, mas a não esquecer o que estou lendo. Por exemplo, quando eu leio “Dentro da moringa ficam as moléculas de água com menos energia, frias, prontinhas para serem bebidas”, lembro da sensação refrescante que sinto quando uma água bem geladinha passa por minha garganta em um dia bem quente de verão! Essa sensação pode deixar o texto inesquecível!
Durante a leitura, noto que o texto conversa comigo: nele há várias perguntas que são respondidas logo em seguida. Aliás, logo na primeira linha há uma! “Você sabe por que as moringas e filtros de barro deixam a água fresca para você beber?” Tomo nota dessa pergunta e, no final da leitura, verifico se sei a resposta. Na leitura de um texto também é muito importante fazer perguntas. Por isso, além de procurar as respostas das perguntas que aparecem no texto, formulo minhas perguntas. Em qualquer leitura, é importante ter curiosidade, formar perguntas e procurar as respostas ao longo da leitura.
Por exemplo, quando leio "Assopre as gotas de álcool. Você deve ter sentido a sua mão esfriar. Este tipo de resfriamento é muito parecido com o que acontece nas moringas de barro. E o que causou o resfriamento de sua pele foi a evaporação do álcool”, eu penso: por que a evaporação esfria a pele? Mas, logo em seguida, leio “Mas calma que já explicamos tudo!” E noto que a minha pergunta vai ser explicada. Então continuo lendo atentamente para descobrir a resposta. Uma coisa legal é escrever ao lado do texto as perguntas e as dúvidas que surgem durante a leitura. Assim, depois de ler, posso verificar se elas foram esclarecidas ou não.
Nem sempre o leitor vai achar no texto as respostas das perguntas... Isso não importa. O importante é ir fazendo perguntas e procurando as respostas durante a leitura. Se não conseguir achar a resposta de alguma pergunta, releia para verificar se não passou despercebida, se não está nas “entrelinhas”. Se mesmo assim você não achar a resposta, converse com os colegas. Talvez um colega tenha achado a resposta que você não conseguiu achar. Pode ser que nem assim você encontre a resposta para sua pergunta no texto. Isso não quer dizer, necessariamente, que o texto está mal escrito. Muitas vezes, ficamos tão curiosos que fazemos perguntas que vão além da proposta do texto. O que é um bom sinal. Significa que você ficou muito interessado no assunto e seu pensamento foi além do texto. Essas perguntas abrem oportunidades para pesquisas que podem ser feitas em livros, internet, entre outras possibilidades.
Eis alguns exemplos de perguntas que vão além do texto da moringa. A roupa do varal seca mais rápido no Sol, porque a energia da luz solar é usada pela água para evaporar. E se eu usasse uma lâmpada? Será que a roupa secaria mais rápido com a luz da lâmpada ou com a luz do Sol?.
Outro exemplo: entendi também que sinto frio quando a água evapora, porque as moléculas de água com pouca energia roubam a energia da pele para evaporarem. Mas por que será que esse “roubo” de energia acontece? E como será que ele acontece?.
Durante a leitura, fique sempre atento se você está entendendo o que está lendo. Se você não entender o que uma frase quer dizer, releia-a e pense em seu significado. Algumas vezes o obstáculo pode ser uma palavra desconhecida. Por exemplo, quando eu leio “como no líquido ficam apenas as moléculas com pouca energia, a sua temperatura fica mais baixa”, eu penso: por que será que a temperatura abaixa quando as moléculas têm pouca energia?. Percebo que sei o significado da palavra “temperatura”, usada no dia a dia. Mas não tenho certeza do significado técnico dessa palavra, do que significa quando se refere à molécula. Então, vou procurar o significado da palavra “temperatura” para entender melhor essa frase, por exemplo, perguntando ao meu professor de Ciências.
A partir da leitura, eu conheço os fatos e posso formar uma opinião sobre eles. Por exemplo, a evaporação faz com que a água da moringa fique geladinha. Isso é um fato. Agora, se eu disser que gosto mais de tomar água gelada do que água em temperatura ambiente, isso é uma opinião.
Ao final da leitura, eu nunca esqueço de pensar quais são as ideias principais do texto. Vejamos: 1) existe uma relação entre a moringa, a geladeira e as roupas que estão no varal: a evaporação; 2) o que é e como acontece a evaporação; 3) o que acelera o processo de evaporação de um líquido.
Continuo refletindo sobre o texto, lembrando da minha previsão e expectativa inicial: descobrir a relação existente entre a moringa, a geladeira e a roupa no varal. Será que a explicação foi satisfatória, ou ainda sobraram dúvidas? Se eu ainda tiver dúvidas, devo pesquisar mais sobre o assunto em outros textos. Além disso, devo formar minha opinião: eu gostei do que li? Se não gostei, o que poderia ser melhor?
Eis, então, o que forma um leitor competente: a atenção para captar as informações do texto, que são dadas já no título e nas primeiras linhas; a vontade de interagir com o texto; a capacidade de visualizar o que está sendo lido e a curiosidade para aprender, perguntar e pesquisar o que não souber. Essas características, muitas vezes, aparecem simultaneamente.
Agora, releia o texto sobre a moringa, a geladeira e a roupa no varal aplicando as estratégias de leitura que você acabou de aprender.
1 Fonte: <http://www.nossalinguaportuguesa.com.br/dicionario/moringa/>. Acesso em: ago. 2014.
Celso Kobashi e Yumi Isuyama